terça-feira, 22 de julho de 2014

Gente que inspira - Regina Vogue



Se os olhos são a janela da alma, então o sorriso é a porta de entrada... E quando se trata de Regina Vogue é uma entrada escancarada. Um sorriso que contagia qualquer um e que só pode ser comparado à naturalidade que é a gargalhada do seu principal público: as crianças!

E ela apostou alto. Não teve medo de se arriscar: chamou para montar Pluft, O Fantasminha, jovens que despontavam com sangue novo, como Edson Bueno e Rosana Stavis. Como ela iria pagar? “Vou vender em escolas”, prometia. E vendeu. Passo a passo, de porta em porta com muita determinação e vários nãos na cara. E nesta brincadeira, produziu mais de 35 espetáculos e, desde 1986 tem a própria companhia que impulsionou a carreira de vários talentos paranaenses como Fabiula Nascimento, Guta Stresser, Katiuscia canoro, Alexandre Nero, dentre outros. 


Dedicou-se incansavelmente a fazer com que o Teatro Infantil tivesse a mesma qualidade dedicada ao público adulto mais exigente e assim conquistou seu mais fiel cliente: as crianças! Muitos que foram aos seus espetáculos quando pequenos voltam hoje entusiasmados com seus filhos e sobrinhos.


No mundo encantado de Regina Vogue nem tudo foram flores e muito menos príncipes e princesas. Muito ao contrário. Um desavisado embriagado pelo sorriso e olhar brilhante desta catarinense de parto, gaúcha de nascimento (na certidão!) e curitibana de coração, não imaginaria o quão difícil foi a trajetória para chegar ao Olimpo do teatro paranaense e brasileiro.

Aos 16 anos, fugiu com o circo que passou pela cidade, se aventurou na carroceria do caminhão que levava a trupe para o interior de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, e, dentre muitas aventuras, vendeu maçã-do-amor durante os espetáculos. Poético hoje, difícil lá atrás!

Quando decidiu que o seu sonho era ser atriz, colocou toda a sua determinação novamente para vencer o preconceito com artistas de circo e foi atrás da sua vocação. “Eu ia fazer um teste e me diziam – é a mulher do circo. Mas o curitibano não vem de frente, vem de lado. Quando você conquista, ele abre as portas”. Persistência! Otimismo! Ver o lado bom no desafio! Até parece que tinha lido os livros de gestão de carreira que lotam as prateleiras de todas as livrarias!

Regina trabalhou em bares, foi faxineira no teatro e até se passou por vidente, tudo com um objetivo muito claro em seu horizonte sem perder de vista a sua verdadeira vocação. 

Um dos entusiastas de seu trabalho e pai de 2 fãs mirins foi o empresário Krigsner, fundador do O Boticário que a homenageou com um teatro com seu nome em um dos shoppings mais movimentados da cidade!

O maior desafio, no entanto, é o desafio comum a muitas das mulheres e mães no mercado de trabalho: criar os dois filhos sem apoio, estando sempre presente e sendo a mãezona que é (e este depoimento fica por conta da autora deste texto, testemunha ocular do amor e cuidado que os filhos têm por ela!).

Da história de Regina tiram-se muitas lições, mas a principal delas é o amor. Amor pelo que fazia e amor pela família. Regina não começou sua carreira de atriz querendo ser o que viria a se tornar: a grande dama do teatro paranaense. Regina queria ser atriz para viver sua vocação. Para contar histórias e se sentir plena!

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