É preciso experimentar e testar o próprio gosto
(e corpo) para ousar descobrir-se.
Encontrei
em São Paulo, por acaso, uma loja de roupas femininas que tem um funcionamento
um pouco diferente. A loja não tem provador, embora seja possível experimentar
as peças que custam, todas o preco único de R$30. O que se vê na segunda sala
da casa - bem longe dos olhos da rua - são várias mulheres (das mais variadas
idades e com os mais diferentes tipos de corpos) experimentando os achados
enquanto disputam um espaço em frente ao espelho. Nenhuma peça de roupa é igual
a outra e a maioria delas está disposta segundo o velho esquema do cestão.
Ao
encontrar três itens do meu interesse, de início fiquei meio sem jeito para
prová-los: esperava que o ambiente ficasse vazio e
tentava lembrar qual era mesmo a calcinha e sutiã que estava usando. Contudo,
não demorei para perceber que não haveria chance para privacidade e, afinal,
todas ali estavam na mesma situação: quem imaginava ser vista em trajes íntimos
ou numa espécie de topless em pleno início de tarde de quinta-feira? Ninguém de
renda preta: calçolas tendência, fique tranquila!